sábado, 29 de agosto de 2009

Segundo dia em Paris: 1ª Parte – Place des Voges

Nosso segundo dia começou no Institut du Monde Árabe, um interessante e requintado projeto do arquiteto Jean Nouvel. Esse edifício (1981-1987) ficou famoso pela sua fachada composta por células fotossensíveis que serviriam para regular a incidência de luz no interior do edifício. Eu escrevi 'serviriam' pois o sistema, extremamente caro, parece que não funciona apropriadamente. Mesmo assim, o belo desenho que o painel forma remete aos intricados motivos árabes.

Seguimos pelo Boulevard Henri IV, passando pela Pont de Sully, que atravessa a outra ilhota do Sena, a Ile St. Louis. A Place de la Bastille, no final desse boulevard, não tem muitos atrativos, exceto pela Collone de Juillet, um monumento de 52 metros de altura. De qualquer forma era caminho para chegarmos à Place des Vosges. O frio pegou a gente de jeito. Eu estava de bermuda e uma malha fina que não estava adiantando nada.



Essa praça merece uma visita. Sem dúvida é uma das praças mais bonitas de Paris, e porque não dizer do mundo. Foi construída em 1605 por Henrique IV. Os 4 blocos de edifícios residenciais que cercam a praça são todos iguais, com telhados cinza de ardósia, tijolo avermelhado e pedra de cantaria. Apesar da simetria, o conjunto está longe de ser monótono. O interessante é que o térreo dos edifícios funciona como uma loggia, com cafés e lojas. Parece com a Plaza Mayor de Madrid, mas é mais romântica.




Seguimos caminhando pela Rue de Rivoli até o Hôtel de Ville. Nessa altura não agüentávamos mais o frio e tivemos que torrar uns euros pra comprar casacos... O Hôtel de Ville é a prefeitura da cidade e abriga a câmara municipal. O edifício de fachada renascentista que hoje se vê é uma reconstrução do edifício original de 1628, pois este foi quase completamente destruído na revolta da Comuna de Paris, durante a Guerra franco—prussiana em 1870. Continuamos a caminhada até o Centre Georges Pompidou.

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Primeiro dia em Paris - Parte 3 - Museé d'Orsay



Antes de irmos ao museu, nós passamos pela igreja mais antiga igreja de Paris, St-Germain-des-Prés, que fica no boulevard de mesmo nome.
O Musée d'Orsay está instalado no prédio de uma antiga estação de trem, de 1900. O projeto de reforma para o museu foi finalizado em 1986. O prédio tem 188 metros de comprimento e 16.000 m2 de galerias, portanto preparasse para andar. Falando em andar, eu estava usando havainas e não foi muito boa idéia. Primeiro porque machuca os pés e depois porque passei uma certa vergonha na fila do museu, onde estavam todos muito bem vestidos - japoneses mega-fashion que ficavam olhando para os meus pés descalços (na época não era moda usar havaianas).
Enfim...era hora de ver Van Gogh. Aliás, Van Gogh, Renoir, Degas, Manet, Monet, Cézzane, Toulouse-Lautrec, etc, etc. O acervo de 4.000 obras de arte abrange o período entre 1748 e 1914, ou seja, aqui você verá arte moderna e impressionista. Cansou ver tanta obra de arte.



A volta 'pra casa' foi pela margem do rio Sena, passando em baixo das belas pontes que o cruzam. Talvez tenha sido o único momento da viagem até então, onde eu tenha me sentido inseguro, por conta de alguns tipos estranhos (ao mesmo tempo em que víamos gente fazendo cooper naquele fim de tarde). Bom, paulistano noiado fica esperto em qualquer lugar. Mas ninguém chegou nem perto, e a margem do rio era incrivelmente limpa.



Nós ainda tivemos pique, depois de tudo isso, de ir até a Torre Eiffel naquela noite! Pegamos um metrozão até lá e saímos em uma estação próxima. Lembro-me de sairmos da estação e perguntarmos a alguém: "onde fica a torre?" A pessoa nem respondeu, só apontou para cima! Estávamos praticamente embaixo dela! A visão foi arrepiante... Passamos um tempo sentados no gramado, na companhia de centenas de outros turistas, todos voltados para a torre e comemorando com vinho e champagne....comemorando o simples fato daquilo, e daquele momento, realmente existir. Quando 'ligaram' o Efeito Glittering de iluminação da torre, ouviu-se um coletivo suspiro. Eu pude ver as 20.000 lâmpadas brilhando refletidas nos olhos umedecidos da minha mulher. Inesquecível. (veja aqui um vídeo do glittering da torre).


Enfim, tudo isso para o primeiro dia.

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Primeiro dia em Paris! Parte 2 – Luxembourg


O Palais e o Jardin du Luxembourg ficam próximos ao Boulevard Saint Germain. É fácil encontrar essa área em qualquer guia ou mapa da cidade. O motivo é que este é um dos locais mais agradáveis de Paris. Visita imperdível, onde é possível conhecer um dos outros encantos dessa cidade: os jardins e parques. Nós, que já havíamos andado bastante, passamos alguns momentos descansando e tirando fotos no local. O palácio tem uma longa história, que começa no início do século XVII. Aqui viveram muitos nobres como Maria de Médici e Napoleão Bonaparte. Foi usado como prisão durante a Revolução e serviu de quartel general dos alemães durante a invasão na Segunda Guerra. Hoje abriga o Senado francês.
A igreja de Saint-Sulpice fica a algumas quadras dali. Nossa passagem por essa gigantesca igreja foi um daqueles momentos indescritíveis que só acontecem em uma viagem dessas. O motivo era que havia um ensaio do famoso órgão da igreja, fabricado em 1862. O som dos 101 tubos do instrumento preenchia cada centímetro da nave da igreja, e preenchia também todos os recantos da minha mente, não deixando espaço para nada além da emoção que eu sentia. A igreja, que foi construída entre 1646 e 1732, tem 113 metros de comprimento por 58 metros de largura e é repleta de curiosidades. A mais notável entre elas é que no livro "Código da Vinci", Dan Brown afirma que o meridiano da cidade ("Rose-Line") passa por dentro da igreja e é marcado no chão por uma linha de metal. Há, no momento, um aviso aos turistas alegando que a linha que lá existe não tem nada a ver com o meridiano da cidade, que na verdade passa a 100 metros dali. A marcação no piso da nave é parte de um sistema científico feito para se medir datas cristãs como a Páscoa. O filme do Código da Vinci não pode ser filmado dentro da igreja, portanto os produtores tiveram que recriar o local em computador e cenários.
Próxima parada: Musée d'Orsay.

domingo, 23 de agosto de 2009

Primeiro dia em Paris! Parte 1 – Ile de La Cité


Acordar no dia seguinte à chegada e ver que o céu estava azul foi demais, considerando toda a chuva da véspera. Então começamos a perceber o quanto essa cidade é linda.


Nossa primeira parada foi na catedral de Notre Dame, que fica na Ile de La Cité, o coração geográfico e histórico da cidade. É uma ótima maneira de começar a explorar Paris, pois além da catedral encontram-se lá a Sainte-Chapelle, que fica dentro do Palácio da Justiça, e a Conciergerie. Para atravessar o Sena e chegar à ilha, você pode atravessar a Pont Neuf, a mais velha ponte de Paris, inaugurada em 1607. A fachada principal da Catedral de Notre Dame é uma visão que ficará estampada como um eterno cartão postal na sua memória.


A construção iniciou-se em 1163 e prolongou-se até cerca de 1350. A maior parte da construção foi feita até 1240, o que contribuiu para a unidade de estilo arquitetônico, sendo este um dos melhores exemplos do gótico francês. Não deixe de admirar as dimensões impressionantes da fachada oeste (a principal) e andar em volta da catedral para ver os arcos botantes, característicos desse tipo de construção. Pode-se visitar as torres de 63 metros de altura, embora eu tenha ignorado esse fato enquanto estava lá. Arrependo-me até hoje porque a vista da cidade deve ser deslumbrante e você pode ficar bem perto das grotescas gárgulas. Hoje em dia, em qualquer catedral ou igreja que visito não hesito em me aventurar pelas estreitas e claustrofóbicas escadarias de campanários e domos, pois invariavelmente as vistas são espetaculares. Lembro-me pouco do interior da catedral, mas me chamou a atenção as espessas colunas, os vitrais das rosáceas e as dimensões massacrantes da nave. Desde a época da faculdade de arquitetura sonhava em entrar numa catedral gótica, e a aquela foi a primeira vez. Um belo começo.
Nosso próximo destino foi a Sainte-Chapelle, e tivemos que enfrentar uma razoável fila para ingressar no Palácio da Justiça, onde fica a capela. Na verdade são duas capelas, construídas uma sobre a outra. A capela superior foi construída para abrigar importantes relíquias e foi consagrada em 1248. O pequeno, porém alto recinto é ‘encharcado’ pela luz dos vitrais que ocupam todas as paredes, em mais de 1.000 cenas bíblicas. Vale a pena conhecer. Na verdade é imprescindível.



A foto acima mostra a Sainte-Chapelle à esquerda e o Palácio da Justiça à direita.


O interior da Sainte-Chapelle
Faz parte do complexo do Palácio da Justiça a Conciergerie, um edifício com uma longa história, que foi usado como palácio real e como prisão. É também um ótimo exemplo da arquitetura gótica de Paris. Nós não entramos, mas a visão de seus altos muros e torreões foi suficiente para dar uma boa idéia de como podia ser Paris na Idade Média.
Próxima parada: Jardins de Luxemburgo.