sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Quarto dia em Paris: 2a parte – Mapa 01



Voltei. Demorou, mas voltei. O motivo foi que eu fiquei envolvido com um mapa ilustrativo da cidade, e como eu não consigo fazer nada pela metade, o negócio acabou dando trabalho. Veja clicando na imagem acima.
Neste mapa estão localizados os principais pontos turísticos que venho mencionando neste blog, e que fizeram parte do nosso roteiro em 2004.
Ligando estes pontos de interesse estão representadas algumas vias urbanas (as avenidas e os bulevares). O problema (para desenhar) é que tecido urbano de Paris foi muito bem planejado, e cada parte está conectada a outra formando um todo extremamente coeso e lógico, daí a dificuldade em simplificar o visual do mapa. Mesmo assim procurei mostrar o essencial, caso contrário ia ser mais fácil usar o Google Map.
Barão Haussmann: Contratado por Napoleão III, foi o responsável pela transformação urbana radical pela qual Paris passou no século XIX. Ele colocou a Paris de estreitas e fedidas ruas medievais no chão, enquanto rasgou os largos bulevares e criou os vastos jardins que vemos hoje. O limite de altura imposto para os edifícios, e o fato que 60% deles foram reconstruídos em um curto período de tempo, faz com que a cidade seja incrivelmente uniforme, com seu tom academicista característico.
Além do nobre interesse de Napoleão III em tornar Paris uma cidade moderna e majestosa, havia outro, de caráter estratégico: acabar com os levantes populares (como a Comuna de Paris), que se beneficiavam das estreitas vielas medievais para erguer suas barricadas e facilmente lutar contra os soldados do império. Além disso, acabando com as habitações populares na região central da cidade forçou a população de baixa renda a migrar para os subúrbios.
Haussmann também criou e ampliou os sistemas de água e esgotos da cidade.
Essa nova maneira de pensar a cidade influenciou os arquitetos e urbanistas do período modenista, como Le Corbusier. Mesmo assim, o sucesso de Haussmann é questionado pelo preservacionistas, que o criticam pela destruição do passado medieval de Paris. Embora seja muito agradável andar pelas vielas de um bairro que preserva seu traço medieval, como no centro histórico de Barcelona ou no bairro da Alfama em Lisboa, o sucesso da empreitada de Haussmann é indiscutível.


Neste outro mapa, eu demarquei alguns eixos urbanos marcantes de Paris. O principal deles é o Eixo Histórico, que liga o Louvre ao moderno distrito financeiro de La Défense. Em seu percurso de 5 km o trecho mais importante certamente é o que vai do Museu do Louvre ao Arco do Triunfo.

No próximo post voltarei ao Louvre (espero).

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Quarto dia em Paris: 1a parte – Jardin des Tuileries / Louvre


Pegamos um metrô até a Place de la Concorde, de onde seguimos para o Louvre, passando pelo Jardin des Tuileries. Esse parque pertencia ao antigo Palais de Tuileries, que foi demolido em 1871 e que 'fechava' o imenso conjunto de edifícios do Louvre. O jardim mede aproximadamente 720x320 metros e foi idealizado pelo paisagista Andre Le Notre (entre outros) no século XVII.
Só mais 350 metros e estávamos no centro da famosa pirâmide de vidro projetada pelo arquiteto I.M.Pei em 1989, que é o acesso principal do museu.

Pausa no roteiro: Tenho tomado cuidado para este blog não virar um guia de turismo impessoal, cheio de descrições extensivas. A idéia original, é que ele reflita a minha forma de ver as coisas - as minhas próprias impressões. Por isso estou falando basicamente (salvo exceções) dos lugares que eu mesmo visitei. Mas fato é que tenho aprendido bastante sobre Paris, e acabo lendo e vendo coisas que não consigo deixar de falar ou comentar. Este post do Louvre por exemplo, se eu não tomar cuidado, pode virar um site à parte, porque há muita informação fascinante para se falar. E, como uma coisa puxa a outra, logo estarei eu mesmo fazendo mapas explicativos dos lugares (!).
Então, para tentar iluminar o caminho para mim mesmo (e para quem for ler tudo isso), vou continuar assim: misturando informações práticas, descrições dos locais (focando principalmente arquitetura) e minhas próprias impressões e experiências. As fotos postadas são sempre minhas (exceto os links) e os desenhos também.


Antes de entrar no Louvre nós passamos ainda sob o Arc de Triomphe du Carrousel, construído por Napoleão em 1805. Ali perto fica a pirâmide invertida de vidro, celebrizada pelo livro de Dan Brown – ela fica no meio de uma rotatória, então passa, na realidade, desapercebida.

Não resisto. Vou fazer um desenho para tentar explicar um pouco essa área. O próximo post começará com ele (olha o compromisso...). Por hoje, apenas fotos.

domingo, 13 de setembro de 2009

Terceiro dia em Paris - Última Parte

Ficamos um bom tempo sentados na grama, admirando a grandiosidade da torre e lamentando o fato de não termos subido. Depois, seguimos caminhando pelos 800 metros do Champ de Mars, até a École Militaire. O Champ de Mars é uma esplanada que foi usada como campo de treinamento militar (daí seu nome, associado ao deus da guerra Marte) e como local das exposições internacionais e outras comemorações (veja essa foto) Eu diria que a esplanada é a base horizontal que a altura monumental da torre merece – é um magnífico eixo urbano, com o Palais de Chaillot em um extremo, a École Militaire em outro, e a torre elevando-se à margem do Rio Sena no meio.

Pausa no roteiro - Arquitetura Modernista em Paris
Apesar de eu não ter ido (nem sabia na época), vale mencionar que a cerca de 500 metros da École Militaire fica a Sede da Unesco (
descritivo), um marco da arquitetura modernista em Paris. O edifício foi projetado por uma equipe formada pelos arquitetos Marcel Breuer, Luigi Nervi e Bernard Zehrfuss (esse último eu não conhecia). Um dos jurados do concurso que selecionou o projeto vencedor desses arquitetos foi o brasileiro Lucio Costa.
Outro importante edifício modernista em Paris, é a Sede do Partido Comunista Francês, projetado por Oscar Niemeyer. É meio fora do roteiro habitual de turismo (
localização), mas para quem gosta de arquitetura, há uma estação de metrô perto, na Place du Colonel Fabien. Eu também não fui (que vergonha!), então não sei em que estado de conservação o prédio está – se deteriorado como o próprio partido comunista (leia esse artigo), ou se revigorado o suficiente para ter recebido um desfile de moda da Prada, em 2000.


Enfim, pegamos o caminho oposto e andamos despretensiosamente pela Avenue de Suffren - uma avenida 'chiquetosa' de onde se tem belas vistas laterais da torre, como na foto acima.
Para encerrar o dia, pegamos o metrô até a Ile de La Cité...Mais uma vez, piramos com a Catedral de Notre Dame e passeamos pela margem do Sena. Quilometragem rodada do dia: 6,5 km. Próxima parada: Louvre.