domingo, 15 de novembro de 2009

6º Dia – Vale do Loire – Chambord

Seguimos viagem para Chambord, que fica a poucos quilômetros da cidade de Blois e a aproximadamente 50 km de Amboise. Este percurso é delicioso: a estrada segue próxima ao rio, com um ou outro castelo despontando entre bosques e pequenos vilarejos.
A primeira visão do Château de Chambord é impressionante. Acredito que a dimensão do castelo e a paisagem circundante são os responsáveis pelos suspiros românticos dos visitantes. Num segundo olhar, as dezenas de torres, chaminés e mansardas do telhado parecem confusas, um emaranhado de coisas de difícil compreensão. Mas talvez você nem perceba isso: o cenário é encantador demais para se perder em detalhes.


Três coisas que ficaram na memória:
1- Nós não pagamos entrada – era domingo, e não era cobrado ingresso neste dia.
2- É possível passear no telhado. Eu fiquei alucinado, tirando dezenas de fotos do entorno e de muitos detalhes arquitetônicos interessantes.
3- A escada principal, supostamente idealizada por Leonardo da Vinci (aliás, diz-se que o projeto de Chambord foi baseado em um croqui do próprio, fato pouco provável). A escada é em duplo-hélice: são duas escadas helicoidais (o vulgar caracol) em um mesmo eixo, ou seja, se uma pessoa subir em uma delas, e a outra descer pela outra não vão se encontrar no meio. Óbvio? Mas difícil de entender não? Veja esta foto, e essa - acho que ajudarão.


Curtíssima história do castelo:
A construção começou em 1519, segundo um modelo de Domenico di Cortona, durante o reinado de Francisco I. As obras se estenderam até 1559, mas a o castelo nunca foi completado. Os Château de Amboise e Blois eram residências oficiais do rei Francisco I, portanto a construção de Chambord serviria apenas como residência de caça. O rei passou apenas 7 semanas ao todo no local e suas curtas temporadas de caça movimentavam a corte: 2000 pessoas, todo mobiliário, utensílios e comida eram levados em cada visita.

O edifício:
São quatro alas que se fecham em um pátio retangular, onde se ergue o corpo principal da construção. Os cantos se abrem em torres cilíndricas (bastiões), mas parte das alas laterais e a ala posterior não foram completadas e possuem apenas um pavimento. O edifício tem portanto a forma de fortificação em sua concepção (incluindo um fosso), mas é erguido segundo a arquitetura renascentista francesa, que se apropriou do modelo italiano.
O castelo mede 156 x 117 metros e abriga 440 ambientes, com 365 lareiras e 84 escadas. Números são sempre interessantes, mas nada como uma foto aérea para entender tudo.
Neste post, eu comentei que parte do acervo do Louvre foi trazida para cá durante a Segunda Guerra, a fim de protegê-la.
Há uma área com restaurantes dentro do parque, onde nós almoçamos qualquer coisa. Vimos muitos franceses passeando com suas famílias. Não sei se eram turistas ou moradores de vilas e cidades vizinhas. Que privilégio ter um lugar como esse por perto, não?
Nossa visita durou pouco, e creio que será difícil voltar lá. Esse registro escrito é uma forma de manter viva essa memória.
Próxima parada: Blois e Chenonceau.

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